sexta-feira, setembro 19, 2008


A Paixão...

Sinto-me irriquieto, vejo as coisas a mexerem-se sozinhas, e então pergunto-me: Que se passa ?... Não obtenho resposta. Pela lógica o mais certo é que eu tenha que me mexer para obter respostas, mas, assim surge outra pergunta: Porquê ?... Lá tenho eu de me mexer mais um pouco para obter resposta a essa. Mas, se me mexer assim tanto mais uma pergunta vai sair do nada: Será que vale a pena ?... Tantas perguntas, tantos motivos para me mexer, entretanto há perguntas que surgem sem eu me mexer: Quais os custos disso ?
Faço uma pausa, penso, e entao mexo-me, como resultado obtenho algumas respostas. As coisas mexem-se porque não estou sozinho, mexo-me mais um bocado e descubro que, não estou sozinho porque se assim fosse eu não estaria aqui na minha irriquietação a tentar desvendar mais um mistério.
Continuo a mexer-me, ignoro qualquer outra pergunta que venha anexada às respostas que vou obtendo. Porque não te mexes se até memso quando estás parado és atormentado com perguntas ?
Volto-me a mexer, e faço-o novamente, continuo apesar de saber que provávelmente irão aparecer mais perguntas no meu caminho, acreditando sempre na lógica da verdade, parado só obtenho perguntas e não respostas, então continuo a mexer-me. Sempre a mexer-me, cada vez mais e mais, quando dou por mim não estou apenas a mexer-me, estou a correr, cada vez mais rápido, quase que me sinto a mudar de dimensão, vejo as perguntas e as respostas a evaporarem atrás de mim como se fossem fumo a sair da sola das minhas sapatilhas. Corro a sentir as nuvens a quererem apalpar o meu rosto, corro, e corro, e corro, olho em frente e sinto-me como se já soubesse tudo, não ha pergunta que não saiba responder, ignoro a dor nas pernas e continuo, estou no topo, bem lá em cima, e é nesse momento que olho para a frente e vejo algo no horizonte, algo que se vai aproximando, algo que eu sinto cada vez mais perto. Sigo em frente, vou em direcção a ti, não tenho medo, sei tudo, tenho a força toda, estou no topo, nada me pode acontecer, ou pelo menos acredito nisto, mas quando finalmente chego ao pé de ti, tu fazes-me isto, rebentas numa explosão estrondosa, fazes-me a pergunta que vale as nossas vidas e eu não tenho resposta para ela, e ganhas-me, ganhas-me sempre, voltas a ganhar-me, e eu respondo a isso, eu sei tudo, tanto sei que tu ganhas-me, porque eu apaixonei-me...


A paixão pode ser uma fúria incontrolável que nos destroi, mas o que somos nós sem isso ?


Mexe-te...

sábado, setembro 13, 2008


Cerveja, cigarros e blues...

Começa num tom fantastico, quase como se o som fosse igual a cor do céu, e o restante da musica as nuvens, vejo-me a penetrar lentamente nesse mundo de fantasia, cada vez mais perto e no entanto cada vez mais longe do seu objectivo, porque o objectivo é fugir do objectivo, assim sendo, nunca se acabam os caminhos, as escolhas, as alternativas para chegar la. Depois vem a cerveja, o adubo para o coração, a chamada "merda" saudavél que muita gente usa para ver as suas plantações a fluir, e os cigarros são apenas as sementes, a matéria que enche as nossas artérias com algo identico a oxigénio, que embora muitos digam "mata", eu digo o que uma vez alguém me disse "o problema é que nós, nascemos", e apesar de ter sido uma piada muito bem elaborada, é a pura e simples verdade...
Entretanto, cá estou eu, sei la onde, a ver as raizes daquilo que crio, boas ou más, são minhas e não me posso livrar delas, como a minha sombra. Por vezes irrita-me, ainda bem, mas, eu agora pergunto-me, porque ? Qual a verdadeira razão para estar aqui, sei la onde, a olhar também sei la para o que, com isto tudo e com nada ? Só um momento por favor, o adubo ta a fazer efeito, ok, ja tá, ja vejo algo, bem la no longe, uma coisa que nao sei identificar, nem tão pouco descrever, talvez se tocar saberei o que é, talvez, e talvez irei tocar, talvez, também é verdade que talvez eu não queria tocar, ou até queira, depende, se isso nao alterar a felicidade de outra pessoa e se a minha vontade estiver ligada, talvez um dia venha a este post e escreva o porque de tanto talvez.
Bem, visto que ninguem se interessa por esta coisa, e visto que também eu não estou nos meus melhores momentos, na verdade nem sei onde estou, estou algures la em cima, naquela cor azul coberta por nuvens brancas, secalhar o melhor é ir a minha procura e trazer-me de volta, ou então, vou-me deixar estar lá mais um pouquinho, ao menos lá em cima não faço asneiras, e de certa forma, acho que estou onde pertenço, numa fantasia confusa e atrofiada, sem sentido e sem matéria, mas devo dizer que, o som, a cor, o "adubo", as "sementes", o tudo e o nada, pelo menos a mim, fazem uma coisa maravilhosa, devolvem-me o sono que alguem me roubou...

Quando não sei onde estás, perco-me, assim estamos os dois no mesmo sitio, perdidos...